O futsal em clima de deserto: como é jogar em meio a tempestades de areia

Check-In Futsal: Depois de um período na Rússia, o Futsal em Pauta muda os “ares” e sai do intenso frio, para um país bem quente, com temperaturas que chegam aos 46,9º C. Hoje você conhece um pouco mais sobre a vida no futsal do Rafinha.

Aos 26 anos, o atleta teve passagens pelo Taboão da Serra, Santana de Parnaíba, Corinthians, ADC Intelli e há cinco anos está no Al Qadia, da Cidade do Kuwait, onde já é tricampeão da Copa do Príncipe, bicampeão da Super Copa de Futsal e bicampeão da Liga de Futsal do Kuwait.

Futsal em Pauta: Com o passar dos anos em outro país, dá vontade de voltar jogar no Brasil?
Rafinha:
“Sim. Tenho a intenção de voltar a jogar no Brasil. Em Outubro tive o prazer de jogar com a Seleção Brasileira e com jogadores de alto nível, isso deu uma vontade de voltar a jogar no Brasil bem grande.”

F.P.: Como foi lidar com o idioma árabe?
R.:
“Ainda é uma dificuldade aqui. Aprendi algumas palavras, mas me comunicar em árabe ainda não é possível. Mas aprendi falar em inglês, pois a maioria das pessoas falam e assim fica mais fácil a comunicação.”

F.P.: Como faz pra passar o tempo das horas vagas?
R.:
“Eu e minha esposa vamos ao shopping, na praia, fazemos churrasco entre os brasileiros do time e também assistir jogos de futebol na Duwanya dos Árabes, que é um cômodo das casas grandes (mansões), tem uma sala de TV bem grande também e é onde os árabes se encontram para assistirem futebol, jogar baralho e até bater papo. Cada grupo de amigos tem a sua Duwanya e frequentam quase todos os dias.”

F.P.: Como é o clima na Cidade do Kuwait?
R.:
“Quando cheguei a temperatura estava na média de 50 graus. Não dava pra sair de casa. A sensação era de abrir a porta do forno e sentir aquele ar quente dele. O período que faz frio é entre Novembro e Março, e chega fazer até 5 graus, mas venta muito por causa do deserto e de vez em quando tem até tempestade de areia, onde a nuvem de areia cobre os prédios e casas e não conseguimos enxergar nada.”

F.P.: Com temperaturas tão altas, não atrapalha o rendimento físico?
R.:
“As temperaturas elevadas não influenciam em nada. Todos os ginásios tem ar-condicionado e acaba facilitando os treinamentos, os jogos e o desempenho dos atletas.”

F.P.: E como é o tratamento deles com você?
R.:
“Não foi difícil se acostumar com os árabes, eles são acolhedores, gostam de estar entre amigos todos os dias e no começo sempre faziam questão de me levar junto aonde fossem. Assim me sentia em casa.”

F.P.: E como é comida árabe?
R.:
“A comida tradicional deles é bem parecida com a nossa comida brasileira, exemplo arroz com frango. O que faz a diferença são os temperos. A tradição diferente é que eles comem com as mãos, não usam talheres. Eu tentei me acostumar com isso, mas foi bem complicado e preferi continuar com o jeito brasileiro de garfo e faca.”

F.P.: O que você vê de mais diferente entre o Kuwait e o Brasil?
R.:
“ A segurança. Eu e minha esposa saímos a qualquer hora, em qualquer lugar e não precisamos nos preocupar. Em frente ao nosso apartamento tem uma mesquita, durante o verão, as pessoas deixam os carros ligados com o ar condicionado e vão rezar sem se preocupar.”

F.P.: Qual foi o momento mais marcante na sua temporada ai?
R.:
“Foi na decisão da Super Copa de 2013 contra a equipe do Salmya. O jogo estava empatado em 2 a 2 e na prorrogação restando 13 segundos para acabar o jogo tive a felicidade de fazer o gol que nos deu o título daquele ano. Foi muito especial por ter sido a primeira vez que a equipe conquistava esse campeonato.”

Ao lado de Rafinha estão os brasileiros Dario, Rafael, Rodriguinho e o treinador Fábio Cortez, entre outros atletas pelas equipes da região. O clube já procurou o atleta para discutir uma possível renovação, visto que o contrato termina em Maio, mas ainda não fecharam o acordo. Rafinha pretende sim acertar a renovação, mas não descara a possibilidade de voltar a jogar no Brasil.

Por Tamiris Dinamarco

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