Exposição sobre Futebol Feminino reúne craques de ontem e de hoje

Na manhã desta terça-feira (19), aconteceu o lançamento oficial da Exposição “Visibilidade para o Futebol Feminino“, no Museu do Futebol, em São Paulo. O evento reuniu os principais nomes da modalidade, como, Lea Campos – primeira árbitra brasileira credenciada pela FIFA – , além de Marcinha, Roseli e Michael Jackson (primeiras jogadoras a fazerem parte da seleção brasileira, formada em 1986), a ex-árbitra Silvia Regina, e as pioneiras em reportagens de campo pela Rádio Mulher, Semírames Teixeira e Germana Garilli.

Convidada mais que especial, Léa Campos, que hoje vive em Nova Iorque (EUA), falou sobre a sua ‘teimosia’ em querer ser árbitra:

“Comecei no fim dos anos 60, justamente na época da Ditadura Militar, mas a minha teimosia fez com que eu me tornasse árbitra. Agradeço muito ao ex-Presidente da República, Emílio Garrastazú Médice, o qual me deu todo apoio, principalmente durante as conversas com João Havelange”, lembrou.

Lea, mesmo emocionada, também brincou com a platéia: “Muito bom ver a casa cheia. Acho que vou ter um ‘treco’. Vocês conhecem gelatina mal-feita? Pois é, minhas pernas estão assim. Muito obrigado pelo carinho. Meu coração vai sair pela boca, e se verem por aí, devolva porque ele é meu”, encerrou.

Após os agradecimentos e homenagens, os convidados conheceram a trajetória da mulher dentro do futebol. Durante os corredores do ‘Museu’, o que mais chamou a atenção de todas, foram as publicações em revistas e jornais dos anos 40, os quais tratavam o futebol feminino com algo absolutamente proibido e inviável. O motivo: a fragilidade da mulher.

Silvana Goellner, Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), falou ao site Testosterona Sports sobre o assunto: “Um fato desconhecido do grande público, por exemplo, é que durante quase 40 anos vigorou uma lei que proibia às mulheres praticar algumas atividades esportivas, dentre elas, o futebol. A modalidade só foi regulamentada em 1983 e as equipes que jogavam antes desse período chegavam a ser perseguidas. Mulher jogar bola já foi ilegal no Brasil”

Mas não foram apenas as jogadoras do ‘campo’ a se encantarem com esta iniciativa. Karina Pelé, ex-atleta do São Caetano Futsal, hoje no São José EC, também falou a respeito:

“Agradecemos a todos (a) pelo belo evento que estivemos hoje. Pelo reconhecimento dos dirigentes, que fizeram uma linda homenagem, a nós do futebol feminino. Foi uma coisa tão linda, tão especial que não temos palavras para descrever esse momento. Quem esteve lá viu como foi  espetacular o carinho que fizeram por nós, do futebol feminino”.

Vale ressaltar que o evento prossegue até 30 de dezembro. O Museu do Futebol se localiza à Praça Charles Miller, s/n – (Estádio do Pacaembu) – Zona Oeste de SP. Horário de funcionamento: 9h às 17h (permanência até as 18h).

 

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