Ricardinho fala sobre a decisão em ‘pendurar as chuteiras’
Especial: Não tem como fugir. Uma hora o momento em ‘pendurar as chuteiras’ chega para qualquer atleta, independente da modalidade. No futsal não é diferente. Ricardo da Silva, o Ricardinho, de 39 anos, se desligou definitivamente das quadras após um longo período no futsal italiano.
O começo de carreira não foi muito diferente em relação aos demais garotos. Uma escolinha de futsal foi a base de tudo:
“Acompanhava meu pai pelos campos de várzea e me vendo jogar nos intervalos das partidas fui convidado a fazer parte de uma escolinha de futsal no 7 de Setembro, da Água Rasa, depois ficando mais sério CTC/Vila Ema e assim começa minha vida esportiva na bola pesada”, relembra.
Com o passar dos anos, Ricardinho ganhou mais espaço, passando pelas principais equipes do Estado, dentre elas, Ribeirão Pires, Wimpro, Osasco, Corinthians, Santos, Palmeiras, São Caetano, Ford e Suzano (curta passagem). Em 2005, por conta da instabilidade que cercava o futsal brasileiro, o atleta arrumou as malas para a Europa, onde defendeu as cores do Augusta, Scicli, Modugno, Putignano e Castellamonte (todos da Itália).
Na Itália, Ricardinho atuou profissionalmente até 2013, e afirma qual foi o momento mais marcante na carreira: “Sem dúvida nenhuma foi a oportunidade de jogar com meu filho Lucas, uma temporada inteira em alto nível e em um campeonato tão importante como o italiano. Foram momentos inesquecíveis. um grande presente”, diz.
Nesse período em que atuou na Europa, Ricardinho salienta a organização dos campeonatos, levando em conta o calendário, estrutura e mídia:
“Joguei por sete anos em um campeonato que se jogava somente aos sábados e se treinava oito vezes por semana. Tínhamos um torneio intermediário (Copa Itália), uma Super Copa da Itália e os playoffs. O calendário era perfeito e todo jogo era uma festa com as cidades movimentadas e torcendo por suas equipes”, diz.
Quando se fala em divisões, o atleta faz uma pequena comparação com o futsal brasileiro:
“As sérias A e A2 são bem profissionais, com uma estrutura muito parecida com que a que temos aqui. Já as séries B e C são bem amadoras, mas a paixão pelo Cálcio A5 sustenta os clubes”, comenta.
De volta ao Brasil, mas como torcedor, o atleta se diz satisfeito com a indicação de Serginho Schiochet como novo treinador da seleção:
“O futsal brasileiro está em um processo de renovação. Acredito que a escolha do Serginho foi perfeita. Uma pessoa que viveu e vive o futsal. Além do mais importante: uma pessoa de um caráter ímpar, a qual busca uma administração clara e profissional. Que a confiança em quem comande a CBFS, tome conta de todos nós salonistas”, ponderou.
Antes de se desligar das quadras, Ricardinho diz que a rotina não o fascinava mais: “A hora de parar não foi um grande problema, Tinha 38 anos e jogava 30 minutos por partida. Sabia que poderia continuar mais um ou dois anos. As pessoas não acreditaram quando dei a notícia e tentaram me convencer. Mas senti naquele momento que era o melhor para mim e pra minha família. Graças a Deus deu tudo certo”, encerrou.
No Brasil, Ricardinho conquistou os seguintes títulos:
Tri campeão regional (juvenil) pela Wimpro
Tri campeão (juvenil) pela Wimpro
Campeão estadual (juvenil) pela Wimpro
Vice-Campeão da Taça Brasil Wimpro
Campeão Metropolitano pelo Corinthians
Campeão da Copa Verão pelo Corinthians
Campeão da Taça São Paulo por Suzano
Campeão Brasileiro Universitário pela Uninove.
Foto: Arquivo pessoal