Futsal Down: Saiba um pouco mais sobre a modalidade

O Futsal Down existe há 15 anos no Brasil, mas a seleção brasileira foi formada somente em 2011. Atualmente no país só há uma equipe no esporte, a JR/Corinthians, oficialmente com contrato assinado. Antes de existir esta especialização era uma categoria geral para pessoas com deficiência mental, mas os portadores da Síndrome de Down eram injustiçadas, pois  a dificuldade na coordenação motora.

Este ano aconteceu o primeiro mundial da categoria, mas infelizmente o Brasil não conseguiu participar. A ABDEM (Associação Brasileira de Desportos Para Deficientes Intelectuais) fez uma campanha desde o ano passado (2016) junto com a Liga Paulista de Futsal, o objetivo era arrecadar fundos para levar a Seleção Brasileira de Futsal Down para Portugal. Porém não foi o suficiente.

Diferente de outros países a seleção não conta com o apoio da Confederação Brasileira de Futebol, a CBF. Mesmo ficando de fora da competição este ano, o Brasil deu um importante passo na categoria. Em 2019 o país sediará o Mundial, e mesmo já estando automaticamente classificado também sediará e participará da Copa América que conta com México, Colômbia, Argentina, Chile e Venezuela.

Este não será o primeiro evento internacional que acontece no país, em 2013 o Brasil sediou o primeiro Campeonato de Futsal Down no Guarujá com ajuda financeira do Governo do Estado de São Paulo. A competição reuniu as equipes do Brasil, Chile e Venezuela. Por ter um time mais bem preparado a Venezuela foi a campeã.

​O comandante:

Cleiton Monteiro, 43 anos, foi jogador de futebol profissional, começou sua carreira em 1986, aos treze anos de idade na categoria de base do Sport Club Corinthians Paulista.  Jogou na Portuguesa de Desportos, Guarani F.C., Corinthians Presidente Prudente, Botafogo -PB e em 2005 encerrou sua carreira na equipe de Hamilton Thunder, no Canadá.

Em 2007 Cleiton iniciou sua trajetoria na ABDEM ( Associação Brasileira de Desportos Para Deficientes Intelectuais). E passou a trabalhar com atletas especiais.

Como em todo lugar, há ainda o preconceito e algumas pessoas acabam pensando que por serem pessoas com Síndrome de Down eles não são atletas. “A gente batalha batalha e as pessoas não acreditam, a gente batalha, mas não desiste. A parte alegre é que você vê que você está podendo contribuir está se desenvolvendo e com isso mesmo sem apoio conseguimos ser campeões mundial na Grécia”, afirmou o técnico Cleiton Monteiro.

O esporte e a Síndrome de Down:

 

O esporte é muito importante na vida todos, pois ajuda combater a obesidade e traz muitos benefícios para a saúde. Para as pessoas que possuem Síndrome de Down a pratica esportiva é muito mais importante, não só pela questão física como por exemplo melhorar a capacidade respiratória, mas porque também ajuda psicologicamente, além de inclui-los na sociedade e ensinar a trabalhar em equipe.

Pessoas que possuem Síndrome de Down estão aptas a praticar qualquer atividade esportiva desde que os materiais e algumas regras sejam adaptadas para elas.

Pensando no bem que o esporte faz para essas pessoas a Associação Paradesportiva JR existe desde 2001 e acolhe cerca de 80 pessoas com Síndrome de Down em quatro modalidades esportivas, Ginástica rítmica e artística, futsal e natação. Os atletas são livres para praticar a modalidade que quiser e mais de uma se desejar.

Ester jovens contam muito com o apoio de suas famílias, que ajudam não só incentivando e apoiando, mas financeiramente também para que consigam  pagar custos de algumas competições.

Há dez anos o Futsal Down no Corinthians vem alegrando atletas

No Corinthians o projeto de Futsal Down começou a dez anos e conta com uma parceria com a Associação Paradesportiva JR, formando assim a JR Corinthians.

A JR São Paulo cuida dos atletas e comissão técnica na parte de competições e o Corinthians fornece lugar para o treino, a marca e o uniforme. O apoio de empresas é muito escasso, somente este mês o time conseguiu fechar uma parceria, a Magnus é a nova patrocinadora do time, e o dinheiro vai servir para custear passagens, inscrições para campeonatos e laudos médicos.

Como em todo lugar, há ainda o preconceito e algumas pessoas acabam pensando que por serem pessoas com Síndrome de Down eles não são atletas. “A gente batalha batalha e as pessoas não acreditam, a gente batalha, mas não desiste.

A parte alegre é que você vê que você está podendo contribuir está se desenvolvendo e com isso mesmo sem apoio conseguimos ser campeões mundial na Grécia”, afirmou o técnico Cleiton Monteiro.

Comitê Paralímpico Brasileiro

No Comitê Paralímpico Brasileiro e Internacional não há uma categoria para a Síndrome de Down, e isso faz com que participem de uma categoria única.  Por conta deste problema não é possível ver pessoas com Síndrome de Down disputando esta competição, pois eles não conseguem competir por igual com atletas que são deficientes intelectuais, mas não possuem dificuldades motoras.

“Existem muitos eventos de esportes adaptados em todo o mundo. A participação nos Jogos Paralímpicos obedece a critérios, porque não é uma competição apenas de inclusão, precisa haver resultado. As Olimpíadas Especiais, por exemplo, têm uma característica principal de inclusão, de participação, na qual os atletas competem entre si, com o mesmo nível de funcionalidade. Pessoas com Síndrome de Down têm sim a possibilidade de entrar nesse modelo de resultado, mas é necessário reavaliar a classificação da deficiência intelectual e colocar na pauta a performance física, para abrir novas classes. Eu não considero correto a abertura de uma classe específica para Síndrome de Down porque isso representaria a exclusão de outras pessoas”, afirmou o coordenador de projetos de alto rendimento do Comitê Paralímpico Brasileiro, Ciro Winckler em entrevista para o Blog Vencer Limites.

A Associação Paradesportiva JR foi criada em 2001 com o objetivo de atender pessoas com deficiência intelectual. A associação hoje auxilia 90 atletas e possuem quatro modalidades Ginastica Artística, Ginastica Olímpica, Natação e Futsal.

Hoje conta com a ajuda do Clube Escola Ibirapuera, Centro Olímpico, Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães e do Corinthians, que sedem o espaço para que possam treinar e fazer campeonatos.

A JR conta com nove profissionais no total, cinco professores, um auxiliar, uma nutricionista, uma psicóloga e uma nutricionista, uma psicóloga e uma fisioterapeuta.

Por Vanessa Máximo e Viviane Pinheiro

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