Ex-Timão, Fernando conta uma pouco sobre a vida e o futsal do Kuwait

O Check-in Futsal segue viagem novamente para o Kuwait onde vai contar a história de um brasileiro e ex-atleta do Corinthians, e que em pouco tempo arrumou as malas para voltar a jogar no exterior.

Fernando Oliveira começou jogar futsal aos 8 anos de idade, foi profissionalizado aos 17 anos e hoje aos 30 acumula títulos e passagens por grandes clubes brasileiros e internacionais.

Fernando passou pela Malwee (Jaraguá do Sul), Tio Sam (Rio de Janeiro), Gestesa Guadalara (Espanha), Krona (Joinville), Gazprom (Rússia), Corinthians (São Paulo) e levantou títulos de campeão catarinense, campeão da Copa Cascavel, campeão da Copa Max Umbro Internacional, campeão dos Jogos Abertos de Santa Catarina, campeão da Taça Brasil, campeão carioca, campeão da Divisão de Prata da Espanha, campeão da Copa Latina e Sulamericano pela Seleção Brasileira, campeão da Copa Castilla La Mancha, campeão da Copa Gramado, campeão da Copa da Rússia e campeão da Copa da Europa.

Desde o início desse ano Fernando transferiu-se para o Kuwait Club, um dos maiores clubes da Ásia e ao lado da família começa construir uma nova história de vida que o Futsal em Pauta conta com exclusividade para você nosso amigo e torcedor.

Futsal em Pauta: Até quando vai o seu contrato?

Fernando Oliveira: “Até Junho (2015), quando termina a Liga daqui. E então vamos começar conversar sobre uma possível renovação, ou não.”

 

F.P.: E tem a intenção de retornar ao Brasil?

F.O.: “Ainda não. Faz pouco tempo que cheguei e minha cabeça ainda está voltada para conquistar os objetivos com o clube daqui.”

 

F.P.: Com tão pouco tempo no Kuwait já de pra sentir diferenças culturais e na alimentação?

F.O.: “Minha adaptação está sendo bem tranquila pois é um país bastante desenvolvido e com uma culinária bem vasta, até churrascaria tem.”

 

F.P.: E na parte do futsal?

F.O.: “A rotina de treinos e jogos é bem diferente do Brasil. Se treina muito pouca e um período só. Além de que os estrangeiros costumam jogar os 40 minutos. No começo isso foi mais difícil, mas quando a Liga está parada, trabalhamos bastante o físico para conseguir aguentar essa rotina tão diferente durante as competições.”

 

F.P.: Você que já passou por clubes na Espanha e na Rússia também, dá pra notar essas diferenças todas?

F.O.: “Sem dúvidas os dois países (Espanha e Rússia) estão bem à frente do Kuwait, em termos de Liga. O Kuwait está nisso há apenas cinco anos. É muito pouco ainda. Profissionais de futsal são apenas os estrangeiros. Quem mora no Kuwait mesmo trabalha ou estuda e treina apenas a noite. E isso não é apenas no futsal, são todos os esportes e não recebem nada por isso pois todos tem muito dinheiro já. É um país muito rico.

 

F.P.: E como você vê a Liga de Futsal do Kuwait daqui pra frente?

F.O.: “É uma liga que vem crescendo a cada ano e principalmente com a chegada de profissionais estrangeiros que auxiliam nisso. Tanto brasileiros como espanhóis.”

 

F.P.: E nas horas livres, o que você faz?

F.O.: “O clima ajuda bem. Temos praias e clubes com parques aquáticos. Então sempre que posso reúno a família para passearmos.”

 

F.P.: E o idioma?

F.O.: “A maioria das pessoas falam inglês aqui e por isso faço um curso e consigo me “virar” bem.”

 

F.P.: Então está fácil se adaptar ao país?

F.O.: “É um país tranquilo demais para se viver. Você respeitando os costumes, dá pra ficar tranquilo e sem nenhum problema.”

 

F.P.: Já encontrou outros brasileiros por ai?

F.O.: “Muitos. Tanto no futsal como no futebol, vôlei… São tantos que eu nem imaginava.”

 

F.P.: Você já viu um homem-bomba, como foi isso?

F.O.: “Muitas coisas engraçadas acontecem quando você chega num país diferente. Eu sou muito encanado com histórias de países como aqui de ter homem-bomba e etc. Mas até eu realmente conhecer a história, saber que não tem demorou. Um dia fui ao shopping com um amigo para jantar, pegamos nossa comida e esperamos ter uma mesa para sentar, pois estavam todas ocupadas. Até que um homem que estava numa mesa sozinho nos convidou para sentar junto e começou perguntar de onde éramos, nomes, etc… Até que ele pediu para olhar a bolsa dele que ele já voltava. Na hora fiquei preocupado e disse para meu amigo que só podia ter uma bomba naquela bolsa para ele deixar assim com dois estranhos. Na mesma hora levantei e sai correndo de lá. Meu amigo ficou rindo e correndo atrás de mim achando que era brincadeira minha.

Descemos a escada rolante e demos de encontro com o homem, ele não entendeu nada e continuamos correndo. Saímos do shopping, entramos no carro e fomos para bem longe só para esperar ver o tempo que a bomba ia explodir no shopping. Mas nada aconteceu. Quando contei aos amigos daqui do Kuwait, todos riram muito e falaram que não existe pessoas assim.”

 

Por Tamiris Dinamarco/Foto: Luccas Salles (Arquivo FEP)

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