ESPECIAL: Há duas décadas, o Atlético Mineiro conquistava a Liga Futsal

2017 é para comemorar, e muito! O Clube Atlético Mineiro completa nesta atual temporada, 20 anos do título da Liga Nacional de Futsal.  São duas décadas de histórias e conquistas. Um título que mudou a vida e abriu portas para muitos profissionais do futsal.

O Futsal em Pauta foi ouvir alguns atletas e dirigentes que participaram desta vitoriosa façanha. A seguir, alguns deles recordam um pouquinho de como foi aquele momento. O primeiro entrevistado é Atílio Dias, então supervisor, que esteve à frente do projeto e ajudou a montar a elenco.

atilio“Nossa. Foi excepcional! Momento impar em mina vida. Quando a Pax de Minas decidiu investir forte no Futsal, fui praticamente o primeiro contratado. Tudo foi encaixando de uma forma mágica”, comentou Atílio ao ser perguntado sobre o convite para trabalhar no Atlético Mineiro.

“Imagina eu, um caipira do interior, ter a missão de ser o gestor da Parceria da Pax de Minas com o Atlético Mineiro? Confesso que a principio não me achava pronto para executar de uma maneira tão vitoriosa e, em um tempo recorde”, diz.

A equipe recém-formada contou com a dedicação e o emprenho de todos e em apenas cinco meses de formação foram campeões da Liga Nacional de Futsal. Uma façanha e tanto para uma jovem equipe e que conquistou torcedores.

Atílio chegou à equipe no final de 1996. Logo começou a montar o time:

“Contratei o Miltinho, treinador, em meados de dezembro. Com ele já contratado, trouxemos o Rogério Mancini, preparador físico e mais cinco atletas do ex-time deles: a Wimpro/Guarulhos. Já tinha contratado os principais destaques de Minas Gerias, com estes atletas da Wimpro tínhamos já uma base muito boa”, comentou.

Para o Atlético Mineiro, aquele era um ano de investir. Já com a base montada e com a parceria da Pax, vieram as grandes contratações: Índio e Carioca da GM, Fabinho do Corinthians, Almir do Palmeiras. A maioria dos atletas veio da Wimpro: Rosinha, Vinicius, Euler, Paulinho Japonês, Brigadeiro. De Minas, vieram Digo, Renato, Piu, Ronaldo, Veio, Ivan.

Para o supervisor, a torcida do Galo foi fundamental para a equipe ganhar confiança e ritmo: “Lotava o ginásio do colégio Magnus. Todos os jogos ficavam mais torcedores de fora do que dentro”.

Atílio ainda falou sobre confiança e parceria incondicional para chegar à vitória:

“Minha parceria e cumplicidade com o Miltinho e a confiança do Zé Roberto, da Pax de Minas, foi fundamental para chegar aonde chegamos. Classificamos de forma invicta dentro de casa e fomos para o mata-mata. Foi quando deixamos de ser tanta surpresa assim e fomos crescendo e ganhando respeito a cada play-off”, afirmou

O Galo encarou o Corinthians no mata-mata, depois a ACBF (que era grande favorita ao lado de GM e Banespa). Na final teve o histórico publico de 17 mil pagantes com o título da Liga Nacional em mãos mineiras.

Um dos atletas mais vencedores da LNF, e atual campeão do certame pelo Corinthians, o fixo Índio recorda como tudo começou:

“Foi o início da nossa carreira. Praticamente eu tinha 22 anos, eu o Vander, o Vinicius. A gente sempre fala que as gerações do nosso esporte tem que se renovar. E entre nós, quando conversávamos, um título naquele momento poderia marcar a nossa história, como marcou. E as nossas carreiras também poderiam mudar a partir dali. Eu vejo que foi uma sequência muito boa pra mim, para o Vander, para o Rosinha, Paulinho Japonês.  Conseguimos estender nossas carreiras por muitos anos, após um começo marcante, sendo campeão pelo Atlético”.

Índio diz ainda sobre a relação entre grandes equipes e torcida:

“Jogando numa equipe de massa, como Atlético, Santos, Corinthians (clubes em que atuei e hoje estou no Corinthians), você tem uma expressão totalmente diferente, quando o pessoal se lembra de um título tão importante, e de 20 anos, quando na época não tinha tanta mídia, ninguém tinha acesso à internet e isso é gratificante. Ate hoje encontro torcedores do Atlético agradecendo pelo título da Liga e pelo Mundial de Clubes que ganhamos pelo Atlético também”.

Milton Ziller, o ‘Miltinho’, treinador campeão pelo Galo, também fala sobre aquele momento:

“Falar de 1997 é reviver um momento mais feliz e gratificante que o futsal me proporcionou. Desde a montagem da equipe, com jovens talentos que se superaram durante toda a competição, até a emocionante partida final no “Mineirinho” que teve nosso 1º recorde de público e transmissão em TV aberta ao vivo”.

Miltinho acredita que o fator principal da conquista foi confiança, até porque equipe tinha “liga”:

“Todos assumiam as responsabilidades no jogo e acima de tudo, jogávamos com alegria e comprometimento. A interligação entre todos era sensacional.  Agradeço ao Zé Roberto e ao Atílio que confiaram sempre no nosso trabalho. Agradeço também aos meus companheiros da comissão técnica e principalmente aos atletas por sempre confiarem e se aplicarem nos treinos e jogos”.

Treinador do Azerbaijão na Copa do Mundo de Futsal FIFA, em 2016, Miltinho agradece, em especial, todo o torcedor atleticano:

“Finalizando um muito obrigado de coração à massa atleticana, que foi sempre nossa mola propulsora. Fiz cinco finais de Liga, mas 1997 foi a minha primeira. E foi sem dúvida a que jamais será esquecida”, encerrou.

Goleador nato, o pivô Fabinho, ex-seleção brasileira e atualmente treinador, também guarda com carinho todos os momentos vividos dentro e fora das quatro linhas:

Sem dúvida nenhuma, lembrar dessa torcida espetacular e essa equipe maravilhosa, foi um dos momentos mais inesquecíveis da minha carreira. Um elenco unido, forte e muito bem comandado pelo Miltinho e Rogério Mancini (pois tudo que e feito hoje – colocar atletas juvenis com experientes – eles já faziam 20 anos atrás), conta.

 “Relembrar o ginásio do Colégio Magnus duas horas antes, completamente lotado e a massa atleticana cantando o hino do Galo, era algo simplesmente de arrepiar”.

A Decisão:

“O empate contra Carlos Barbosa, em casa onde lembro que fiz o terceiro gol e se então me engano Euler fez o quarto. A Vitória fora de casa, com noite espetacular de Vander Carioca, marcando cinco gols,  foi fundamental  para a conquistarmos a vaga para a final contra a forte equipe do Banespa, no qual no primeiro jogo, nossa torcida veio de BH para São Paulo e  fez uma festa só no ginásio do Banespa, onde nossa equipe empatou por 3 x 3 e contribui com o gol de empate, levando a vantagem para a partida final”.

Ai já viu né,  ginásio do mineirinho lotado e todo esse elenco maravilhoso inspirado e sabendo o que queria , seria difícil tirar o título apesar da fortíssima equipe do Banespa.

Somos campeões da Liga Nacional 1997. Hoje todos monstros consagrados no cenário mundial e que dispensam comentários. Saudade imensa de todo esse elenco, que hoje muitos são respeitados em todo o mundo e  com muito carinho no coração, Digo, Vinicius,  Véio, Euler, Piu, Paulinho Japonês ,
Fabinho, Vander Carioca , Rosinha, Ronaldo, Brigadeiro , Índio , Hudson, Ivan , Dedé, Renato .

Miltinho, Rogério Mancini, Atílio, Ze Roberto, Chiquinho, Chaim, Marcílio, Wagner, Tadeu, Cabral, Gustavo, Neilor lasmar e  é claro o nosso principal jogador A INESQUECÍVEL TORCIDA  DO ATLÉTICO MINEIRO.

 FICHA TÉCNICA DA GRANDE FINAL

Atlético/Pax de Minas 4 x 1 Banespa/Phercani
Atlético/Pax Minas: Digo, Índio, Vander Carioca, Vinícius e Almir.
Entraram: Piu, Fabinho, Ronaldo, Rosinha, Euller, Japonês e Renato.
Técnico: Miltinho

Banespa/Phercani: Franklin, Serginho, Índio, Sandrinho e Cecílio.
Entraram: Tigrão, Poto, Breca, Simi, Odair, Gibinha e Alexandre.
Técnico: Walmir

Local: Ginásio Mineirinho (Belo Horizonte/MG)
Árbitro 1: Daniel Pomeroy (RJ)
Árbitro 2: Noildo Macedo da Paixão (BA)
Anotador: Márcio Maldo de Pinho (MG)
Cronometrista: Nelson de Jesus Vitor (MG)

Representante da CBFS: Guilherme Augusto Pessoa (MG)

Gols: Índio, Vander Carioca (2) e Vinícius para o Galo; Simi para o Banespa.
Local: Mineirinho – Belo Horizonte
Público: 16.685 pagantes – 2º maior público na história do futsal.

Fotos: Divulgação/CA Mineiro

Por Amanda Souza e Gilberto Santos

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