Entre o frio da Europa e o calor do Brasil, Douglas acumula boas histórias

O Check-In Futsal continua viajando e conhecendo várias histórias de cultura e muito futsal pelos mais diversos países. A história de hoje começa em 2005, quando Douglas embarcou rumo à Itália (onde ficou por quatro anos). Logo após, voltou ao Brasil e permaneceu até 2013.

Então, o atleta retornou para a Itália, ficando por mais uma temporada e desde 2014, atua no futsal da República Checa. Dois lugares diferentes, porém algo em comum: o amor pelo futsal.

Aos 27 anos, natural de Indaial (SC), Douglas jogou no Brasil pelo Blumenau (SC) e uma rápida passagem no Cascavel (PR). Fora do país atuou pelo Brillante Calcio A5 (Itália) e atualmente no Balticflora Teplice (Rep. Checa). Hoje ele veio bater um bate-papo exclusivo com o Futsal em Pauta.

Futsal em Pauta: Você saiu do Brasil aos 18 anos, hoje, você acha que tomou a decisão certa?
Douglas Poltronieri:
“Acredito que tenha acontecido no momento certo. Todo menino tem vontade de ser jogador e principalmente de jogar na Europa e comigo não foi diferente. Tive uma base muito boa no Brasil, que me fez sentir segurança e ir naquele momento.”

F.P.:  Primeira parada foi na Itália, como você sentiu o futsal lá?
D.P.:
“No início o que mais percebi foi um estilo de jogo de muita marcação tática e um jogo um pouco mais físico.”

F.P.: E como foi sua adaptação?
D.P.:
“No início era tudo novo, país diferente, coisas novas… Mas como era bem novo ainda, só pensava em jogar futsal. Aprendi o idioma o mais rápido possível, estudava, fazia leitura de jornais italianos. Mas o que me ajudou bastante foi que no time já havia mais brasileiros, que me ajudavam com as dúvidas tanto na questão do idioma como nos costumes do país.”

F.P.: Onde você morou? Como era o clima?
D.P.:
“Em Roma. O clima era bem parecido com o do sul do Brasil. Bem quente no verão e o inverno variava um pouco. Não tive nenhum problema quanto a isso.”

F.P.: Qual o momento mais marcante nessa sua passagem pelo futsal italiano?
D.P.:
“Poder conhecer e trabalhar com o ex-jogador “Zafiro Salvatore”, que por muitos anos foi o capitão da seleção italiana. Tive a possibilidade de jogar uma final do campeonato europeu e fora das quadras, sem dúvidas, foi conhecer Roma que é uma cidade incrível, histórica e linda.”

F.P.: Recentemente você foi pra República Checa, como é o futsal desse país?
D.P.:
“Eles tem um bom campeonato, com cerca de 2 a 4 equipes que tem um nível e estrutura de um bom futsal. As demais equipes ainda estão um pouco abaixo do nível normal.”

F.P.: Encontrou mais dificuldades?
D.P.:
“Como normalmente acontece quando chegamos em um novo país, as dificuldades no início sempre existem. Na República Checa foi bem difícil, principalmente o idioma onde é bem difícil de entender e de se expressar.”

F.P.: E onde você morou?
D.P.:
“Em  Téplice. Uma cidade muito bonita e organizada. O clima é de neve, onde dificultava um pouco a locomoção para ir aos treinamentos e outros afazeres.”

 F.P.: E tinham brasileiros nesse novo time?

D.P.: “Sim. Éramos em seis, e novamente facilitou muito a comunicação dentro e fora da quadra.”

F.P.: Algum momento marcante nesse novo lugar?
D.P.:
“Ao lado da minha família pude presenciar e conviver um pouco da Europa com clima de neve, um idioma diferente, já que no Brasil não sabemos e não temos noção sobre isso.”

F.P.: E como é o tratamento dos torcedores com os estrangeiros?
D.P.:
“Na verdade gostam bastante e tratam bem. Mas existe sempre uma pressão sobre nós, ainda mais sendo brasileiro, o que aumenta a responsabilidade. Temos que fazer a diferença e resolver as partidas.”

F.P.: Quais os títulos que mais marcaram sua carreira?
D.P.: “
Posso citar por cima, e dizer que onde passei, sempre ganhei. O início na Itália fui campeão italiano sub 21 e 4 anos de finais seguidas de play-off. Na seleção italiana sub 21- fui campeão das eliminatórias do Europeu e Vice-Campeão Europeu. Em Blumenau – fui Campeão Liga sul brasileiro e jogos abertos e na República checa fui campeão da Copa Checa.”

F.P.: Tem vontade de voltar a jogar no Brasil?
D.P.:
“Acredito que o futsal brasileiro seja mais caloroso, com uma estrutura muito boa e forte. Nunca sabemos o dia de amanhã e o mercado do futsal está constantemente em movimento. E se tratando de Brasil, jamais estará descartada esta possibilidade de um retorno e de atuar nas quadras brasileiras.”

Por Tamiris Dinamarco / Foto: Arquivo Pessoal

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