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Artigo: Será que o medo pelos adversários são reais?

Será que o medo pelos adversários são reais?
O que podemos fazer para reduzir esse sentimento:

Para responder essa pergunta, primeiramente tenho que reconhecer que é impossível obter apenas uma resposta.

Todo ser humano é singular, cada um na sua individualidade e no seu jeito único de pensar e agir pode viver sentimentos diferentes em situações semelhantes do cotidiano, seja no esporte ou não.

Mas sob o olhar da Psicanálise a pergunta do título pode nos levar a algumas reflexões.

O medo pode ser real, e se assim for, que maravilha, pois ao sentirmos o medo nosso corpo se explode numa reação psicofísica, liberando muitas substâncias como adrenalina e noradrenalina, que nos preparam para o enfrentamento ou para a fuga. Aumento da frequência cardíaca, ventilação pulmonar, circulação sanguínea, sudorese e sensações intensas compõe esse momento.

Mas também o medo pode ser imaginário, uma construção fantasiosa em nossa mente de algo que não existe, mas que temos “uma certeza que está lá” e vai colocar em risco nossas necessidades primitivas de segurança, pertencimento e sobrevivência.

Para alguns a sensação pode vir do medo pelo adversário, para outros pode vir das torcidas, dos técnicos, dos companheiros de equipe, da própria família e até mesmo dos pais.

Sobre os adversários, é interessante analisarmos conscientemente que são os elementos principais de um jogo, sem eles não existiria a competição, sendo assim deveríamos RECONHECÊ-LOS e não teme-los, entender que somos todos humanos, com desejos e anseios semelhantes e não inimigos, seres diferentes que precisam se destruir.

Deveríamos RESPEITÁ-LOS para entender que existem dias em que seremos superiores e eles nos proporcionarão um encontro com a vitória. Mas também em outros momentos estaremos insuficientes e sentiremos o desprazer da derrota. Fato normal na vida de todos nós, pois na realidade existem dias para ganhar e outros para perder, e está tudo bem… Isso é viver!

E para eliminarmos de vez esse medo imaginário sobre o adversário deveríamos aprender em casa, nas escolas e nos clubes de esportes a COMPARTILHAR com os nossos adversários e dividir nossos sentimentos. Ter liberdade em dizer para ao seu adversário, após uma partida, que você sente gratidão por ele estar ali para te servir, que sente alegria por ter vencido ou que você está com raiva por sofrer uma derrota. Sentimentos normais para os seres humanos.

Se aprendêssemos esses princípios desde cedo acredito que o temor destrutivo pelo adversário não existiria no esporte.

Portanto desconstruir essa necessidade de “matar” o adversário nos tornariam esportistas melhores, até porque se nós os “matarmos” hoje, quem vai jogar conosco amanhã?

Por Anderson do Prado – ‘Pinduca’

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