A importância das equipes de futsal para os atletas “pratas da casa”

Ter uma equipe profissional de futsal na cidade que nasceu pode fazer a diferença para atletas que ali vivem, principalmente no que diz respeito ao crescimento profissional.

Nossa história começa em Orlândia (SP) e para quem pensa que uma das melhores equipes do Brasil se destaca apenas pelos atletas que compõem o elenco, não é bem assim.

A equipe orlandina também revela atletas da cidade. Um deles foi o ala Grilinho, que começou no futsal aos 16 anos e permaneceu por quatro anos em Orlândia.

“Esse período na Intelli me ajudou muito, cresci como atleta e como pessoa e tive a chance de aprender muito com atletas já consagrados e experientes do futsal. Me ajudaram demais e sou muito grato a todos, pois foram eles que me deram a primeira chance”.

Quando saiu de lá, Grilinho passou por clubes como o GR Barueri e AD Indaiatuba. E nesse ano recebeu o convite para integrar o atual campeão nacional do Brasil Kirin/Sorocaba.

Levi, jovem pivô hoje no Grêmio Mogiano/Assibraff, também começou em Orlândia – sua cidade natal – e marcou presença nas principais conquistas da equipe principal.

Em 2015 quem chega à equipe de alvi-grená com méritos pelo futsal apresentado desde o início é o ala Kauê Monteiro. O atleta iniciou a carreira no Nacional e com a base que ganhou na cidade que morava, logo conseguiu se destacar e receber boas propostas de outros clubes importantes.

Passou por Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Espéria, Wimpro, Ulbra, Deva da Romênia, AllRayan no Qatar, Sertãozinho e Osasco. Nesse tempo teve a oportunidade de disputar jogos ao lado dos melhores atletas do país.

Para o pai de Kauê, Eder Monteiro, que o acompanha desde pequeno não tem dúvidas de que o começo foi a base de tudo que ele vem conquistando.

“O Kauê está numa evolução constante e estar em equipes que proporcionaram a ele estar ao lado de atletas mais experientes, desde quando começou, torna uma evolução maior ainda.”

Ainda no interior paulista, mais precisamente em Sertãozinho, a equipe profissional sempre deu oportunidades a atletas locais. Dois jogadores desse time também sonhavam em estar ao lado de grandes craques do futsal e alcançaram a meta.

Em 2012 e 2013 o time participou de competições ao lado de grandes craques como Vinícius e Falcão (ADC Intelli) e Franklin, Simi e Schumacher (Corinthians), entre outros, e proporcionaram uma experiência única como atleta profissional.

Após saírem do Sertãozinho, Rick já está na sua segunda temporada na equipe de Indaiatuba e Felipe, já passou pela Assoeva, de Venâncio Aires (RS) disputando Liga Nacional, e recentemente foi apresentado ao Ampére Futsal, do Paraná.

“Sempre valorizamos os atletas que mais se destacavam da equipe sub 20 e da cidade para que pudessem completar o elenco da equipe. Muitos puderam jogar ao lado de atletas renomados e isso trouxe uma bagagem boa para que pudessem se destacar e serem contratados por outras equipes”, comentou Dino Pontes – presidente da equipe que hoje está afastada da Liga Paulista.

Mais uma prova de que dar valor as oportunidades que o time de sua cidade proporciona é a do atleta Gabrielzinho. Aos 19 anos já sabe da importância que seu time terá no seu futuro profissional. Há cinco anos joga no Pulo do Gato e teve a chance de participar de jogos onde enfrentou equipes como Corinthians, Intelli/Orlândia e Brasil Kirin, do ala Falcão.

O atleta reconhece a importância de estar próximo a atletas tão experientes. “Jogar contra esses atletas renomados me fez aprender muita coisa. Faz com que possamos amadurecer em quadra e ganhar um pouco da experiência deles jogando.”

Já na grande São Paulo, um exemplo de sucesso é Rodrigo Miuá, ou simplesmente Rodrigo Mogi. O ala tem orgulho em carregar o nome de Mogi das Cruzes por onde passa.

Foi no Mogi EC onde tudo começou, mas como vida de atleta não tem ‘parada’, o atleta atuou por dezenas de equipes, dentre elas, EC Banespa, Ulbra/Canoas (RS), Praia Tênis Clube (MG), Palmeiras, Sertãozinho e Osasco. Mas após nove anos está de volta ao futsal de Mogi das Cruzes, atuando há duas temporadas pelo Grêmio Mogiano/Assibraff.

“É uma honra poder representar pela segunda temporada seguida a minha cidade natal, e levar o nome de Mogi como meu apelido. Além disso, é bom pra todos os amigos e familiares poderem me acompanhar de perto na maioria dos jogos em casa. Isso é muito importante para mim. Além de ser uma motivação a mais”.

De São Paulo vamos para Minas Gerais. A vez é de Gustavinho que também conheceu o futsal graças a equipe de sua cidade natal: Uberlândia (MG). Na equipe do Praia Clube, aos 11 anos de idade teve a chance de conhecer o futsal de outra maneira e lá ficou até 2006.

Então passou pelo Colégio Magnum de Belo Horizonte e pelo Ulbra, em Canoas (RS). Em 2009 e 2011 voltou jogar pelo Praia Clube, quando esteve em quadra próximo aos melhores atletas de futsal e então logo depois seguiu outros caminhos.

Começou a disputar jogos por clubes já conhecidos, como Pinda Futsal, de Pindamonhangaba, Sertãozinho , Osasco e agora irá atuar pelo Yoka/Guaratinguetá.

“A sensação de estar em quadra contra os principais atletas do país é a melhor possível. Eu os via só pela televisão e hoje divido a mesma quadra. É uma felicidade sem tamanho e o aprendizado enorme.”

Por Tamiris Dinamarco e Gilberto Santos

Fotos: André Montejano / Danilo Camargo / CDBU / Gilberto Santos

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