“Vejo o atleta como ser humano”, diz o técnico André Bié

A temporada de 2016 com certeza vai ficar marcada na memória do técnico André Bié. À frente da equipe principal do Corinthians, Bié também acumula atividades paralelas, como a de treinador da categoria sub-20 do Timão, gerente do GRD Bate-Bola/7 de Setembro, além de chegar ao comando (interino), da seleção brasileira (conquistando duas vitórias em dois jogos amistosos).

Mas o começo não foi nada fácil. Após uma curta carreira como jogador, Bié passou a se dedicar aos estudos e teve como base principal, a família:

“Minha família sempre foi bem unida, e andávamos muito com meu irmão, o ‘Aleba’. Este sim, foi jogador. Atuou nos grandes times. E por conta disso, o futsal me despertou muita paixão, e acredito que os jogadores mais inteligentes, mais  com potencial técnico, frequentam esta modalidade. E eu sempre gostei de tudo isso: da criatividade, do improviso e toda essa combinação que o futsal traz. A partir daí, comecei a me interessar, a estudar. Fiz educação física e já tracei quais seriam as minhas metas. E dentro destas metas, seria montar uma escola”.

Bié conta também como chegou ao GDR Bate-Bola/7 de Setembro:

“Antes de montar a minha escolinha, fui estagiário na Escolinha do Marcelinho Carioca, através do Ricardo Morillo, que me deu uma força muito grande.  Ele foi um fixo, que jogava futebol de salão e foi campeão mundial pela seleção brasileira, e foi a pessoa que me deu a oportunidade em ingressar no futsal e no futebol, como profissional. E logo em seguida,  tive uma proposta do 7 de Setembro e aceitei”.

“Tempos depois, surgiu a oportunidade em ser o dono da escola e professor, me colocando à disposição do clube. Na sequência, mudei dsc02048de ares, fui campeão sub-15 em 2010. Logo em seguida, tive o convite do Corinthians, que me possibilitou em ter essa carreira. Aprendendo bastante, acreditei no projeto, acreditei em aprender. Vi que as pessoas eram competentes demais e por isso fiz esta troca”.

“Foi magnifico estar com o PC de Oliveira, com o Lucas Chioro, em seguida o Miltinho e depois o Ferretti. São pessoas que me ensinaram bastante sobre o dia a dia, a questão da metodologia, de uma linha de trabalho, e saber, que nós, treinadores, somos pagos não só para inserirmos nossa metodologia, mas sim para resolver problemas.  Mas em relação à minha experiência com estes treinadores, só tenho a gradecer a Deus pela oportunidade em trabalhar com os melhores”.

Mais do que implementar uma filosofia de trabalho, Bié revela que tem um olhar diferente:

“Eu vejo o atleta como ser humano. Acho que isso é muito importante, mostrar para o atleta que a gente vê cada um deles como ser humano, e entender. É o que eu falo para eles: compreender para ser compreendido. E acho que isso que faz minha carreira ser sólida. Um bom ambiente, a lealdade, o respeito, a integridade, o carinho, a competitividade. São coisas bem importantes na minha metodologia de trabalho. Fora a intensidade, que busco ser intenso em alto nível, além de competir e inserir uma mentalidade vencedora na questão de merecer ganhar”.

Pouco antes de estrear pela seleção brasileira, no amistoso contra o Paraguai, o treinador observava atentamente, e focado, ao aquecimento de sua equipe:

img_0308“Aquele momento é ímpar na carreira de qualquer profissional. Você pensa em tudo que passou e sofreu. Passa um filme de todo seu crescimento profissional, as pessoas que te ajudaram,  que sempre estiveram juntas, torcendo e trabalhando com você. Passa um filme da minha comissão, da comissão do Corinthians, da minha escolinha, da minha família, dos meus amigos, que torceram a cada conquista, a cada momento importante da minha vida. Não só isso, mas nas adversidades também”.

“Pensei bastante na minha família, no meu pai, na minha irmã, no meu irmão, na minha mãe. Por que foram pessoas extremamente importantes na minha projeção de carreira. Muito feliz por este momento, mesmo que seja de forma interina. Cumpri os dois jogos que foram combinados, de uma boa maneira. Por ser muito jovem, eu não esperava, confesso. Esperava, sim a questão do sub-20, devido aos números que tenho na categoria.  E agradeço a todos, desde comissão, aos profissionais que sempre me ajudaram, alunos do 7 de Setembro pessoal do clube, afinal foi ali que tudo começou, meus professores, meus pais, familiares e amigos”.

Neste fim de temporada, Bié levou suas equipes às fases finais do Campeonato Paulista (Sub-20), semifinal da LNF (Liga Nacional de Futsal) e à decisão da LPF (Liga Paulista de Futsal)

“Estar nas três fases finais é tudo que qualquer profissional quer. Mas só nós sabemos o quanto é difícil chegar nestas três e obter o sucesso. Acredito muito em nossas equipes, acredito muito na nossa metodologia, no nosso dia a dia. Creio que estamos no caminho certo, competir e cada segundo ser o mais intenso possível. Lutar por cada centímetro dentro da quadra, passo a passo, sem euforia e ser o mais equilibrado possível. Esta fase final nos cobra isso e temos que ter o poder mental muito forte e é isso que espero das nossas equipes.  Saber que todo mundo poder errar, mas já pensar na próxima bola, para que possa não perder o foco”, encerrou.

PREMIAÇÃO:

Além de brigar por títulos coletivos, Bié também concorre ao prêmio de melhor de treinador da LNF. Para votar em Bié é fácil. Basta clicar no link abaixo:

http://ligafutsal.com.br/noticias/vote-e-escolha-a-selecao-lnf2016/

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