Grito do torcedor da Malwee ainda ecoa na Arena: “Leco Guerreiro…Leco Guerreiro”

Especial – Malwee/Jaraguá: Símbolo da raça por onde passou, inclusive seleção brasileira, o fixo Leco tem uma história à parte com a Malwee, até porque foram 10 anos de muita dedicação e títulos, além da total cumplicidade com a torcida.

“LECO GUERREIRO, LECO GUERREIRO”….Qual  torcedor nunca cantou este trechinho em dia de jogo da Malwee/Jaraguá?

O canto que ecoava pelas dependências da Arena Jaraguá, em Jaraguá do Sul (SC), era para o fixo Alex Domingos da Roza, ou simplesmente Leco. O legítimo guerreiro, o qual dedicou 10 anos da sua carreira profissional ao time jaraguaense, está a quatro anos defendendo o rival Krona/Joinville. Mas, a história de conquistas se resume na época de ouro da Malwee/Jaraguá.

“Foram 10 anos de muitas coisas. Citar alguma é difícil, mas vou relembrar de dois momentos que chamam bastante atenção:  um deles, até cito em algumas palestras, que foi um marco na história da Malwee, quando  começou a se tornar a grande equipe ( acho que foi no Sul-americano de 2004, em Mar Del Plata, na Argentina),  em numa semi final, nós perdemos o Falcão – ele acabou se envolvendo numa confusão e foi expulso – , e até ali, a nossa equipe não tinha ninguém como referência ainda e estávamos querendo uma  inspiração ainda a nível nacional ou internacional.

No outro dia nos fomos fazer a final, contra o Carlos Barbosa, que na época era a grande equipe, tinha sido campeã mundial, e contava com Lavoisier, Fininho, Pablo e  os melhores jogadores da época. Mesmo assim, nosso time foi para esta decisão ainda meio desconfiada porque tinha poucos jogadores de expressão nacional. Com o Falcão expulso, nos superamos e vencemos o jogo.

Ali começou a criar uma identidade com a vitória, com as conquistas. Acho que foi um ponto crucial do que viraria a Malwee/Jaraguá nos futuros anos.  Depois de tantos anos conquistando um titulo atrás do outro, eu acho que este campeonato Sul-americado foi marcante pelo sentido que ele deu na sequência da história da equipe.

Se fosse para escolher um outro momento, eu escolheria, ate uma derrota, a qual foi em 2009, quando perdemos a final da Liga Futsal em casa, pro Carlos Barbosa. E eu digo assim: escolher uma derrota é justamente pela forma, pelo sentimento que fico muito claro, porque depois daquele momento que perdemos o jogo, a Arena tava lotada e todos viram que a gente lutou,  correu, fez o que podia fazer. Mas nosso time estava bem desfalcado e quem esteve na quadra, se entregou ao máximo, jogou muito. Acho que foi um dos melhores jogos, de finais da Liga Nacional, até aqui

Até esses dias, eu estava vendo os lances desse jogo e revivi tudo aquilo, porque foi um sentimento diferente, principalmente  de acolhida da nossa torcida não teve vaias, não teve críticas, todo mundo entendeu. Quem estava na arena naquele momento, entendeu que a equipe chegou no limite e o resultado não veio, porque é um esporte. Não controlamos resultado, nós controlamos a performance , e não o resultado, então todo mundo entendeu a entrega e dedicação que a equipe colocou naquele jogo.

E por essas circunstâncias da partida, o Carlos Barbosa ficou com o título. Só que aquilo refletiu muito no carinho e amor que a população de Jaraguá tinha com nos atletas e com a equipe. E esse momento ate de aplausos depois do jogo, numa derrota, é um negocio meio atípico, principalmente na cultura brasileira, e a gente pode vivenciar isso dentro de um ginásio, lotado, não me recordo ao certo 6 ou 7 mil pessoas na arena, então isso foi marcante também.

 

O título não veio mais ficou uma prova de cumplicidade e carinho muito grande entre os jogadores/torcida e vice e versa. Acho que foi mais um momento marcante, mas foi na derrota que a gente pode perceber  o quão grande era aquela equipe. Tivemos outros momentos, como a final da Liga em 2010, que foi a última da Malwee e a gente meio que sabia o que estava acontecendo e para mim especialmente, ter feito o ultimo gol do titulo, o último gol da Liga Nacional na Arena, e a conquista da Malwee foi especial pra mim, principalmente naquele momento em que  a gente desconfiava e tinha quase certeza que a equipe ia acabar, e conseguimos nos despedir sendo campeões nacionais. Enfim,  esses são três momentos que são bem marcantes, entre outros claro”.

Depoimento da torcida.

“Leco era uma das nossas alegrias, víamos nele confiançae garra, por isso para nós ele sempre foi guerreiro. O Leco não tinha medo do combate, foi uma das perdas mais sentidas por nos torcedores, como diz a frase ´”O Guerreiro não tenta aparecer, ele é”,  e é isso o Leco vai ser eterno, nos trouxe muitas alegrias, sempre muito atencioso com a torcida, sempre que pode dava a atenção a nós, chamava nos para jogar junto. Obrigada guerreiro por 10 anos dedicados não só ao time da Malwee, mas a nós torcedores também”.

Por Manuella Gioselle e Gilberto Santos

Foto: Site Futsal Canadá

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