Especial: O Brasil pela Itália (parte 1)

Especial: Com exceção ao Brasil, nenhum país no mundo é mais ‘brasileiro’ que a Itália. Craques que começaram por aqui, aos poucos tiveram como destino o futsal italiano, ora por uma questão financeira, ora pela oportunidade em ter dupla cidadania e defender outra seleção. A lista é grande: De Bail, Babalu Merlin, Nando Granna, Adriano Foglia, Alexandre Feller, dentre outros.

A seguir, alguns craques que passaram pela Itália ou que atuam por lá, falam sobre os motivos que os levaram a deixarem o Brasil:

Adriano Foglia:

folhaO pivô Adriano Foglia, ex-Brasil Kirin, foi um dos precursores a ‘mudar de ares’. O convite surgiu em 1999, quando atuava no Palmeiras. A proposta salarial e uma liga nacional bem disputada, fizeram com que Foglia arrumasse as malas a partiu para o Velho Continente, onde vestiu as cores do Augusta.

Em 2003, foi eleito o melhor jogador de futsal do mundo.  Após muitos anos voltou à Itália e hoje defende as cores da Luparense. O atual clube de Foglia também conta com um brasileiro recém-chegado: Thiago Bissoni.

bissoni1Thiago Bissoni:

Fixo com passagens por São Caetano, Corinthians, Suzano/Penalty, Suzano/São Paulo e São José/Valesul; Esta foi a primeira vez que Bissoni se transferiu para o futsal italiano.

“Eu precisava de uma nova motivação, algo diferente, uma outra Liga me traria isso, e também adquirir aprendizagem no sentido profissional e na vida. A vontade de vencer em outro país com outra cultura, um diferente estilo de jogo, novos desafios te motiva sempre mais! Os valores financeiros ajudaram muito pra minha vinda, isto é, fato.

Agora é estar melhorando e mostrando todo o meu trabalho na Itália. Correr atrás dos meus sonhos e dos meus objetivos, sendo na Itália ou em qualquer outro país . Agradeço a Deus todos os dias, por me dar saúde para que eu possa estar fazendo o que mais gosto, que é jogar futsal em alto rendimento”.

nando granaNando Granna:

Também em 1999, a vida de Nando Granna mudou rapidamente. Além de assinar seu primeiro contrato na Itália, ‘de quebra’, se garantiu na seleção italiana, na qual atuou até 2010. Hoje, Nando é o atleta que mais defendeu a Azurra: 113 jogos.

“Depois que fui campeão brasileiro juvenil pelo Atlético Mineiro, acabou minha idade e não iria permanecer no elenco principal. Foi aí que surgiu a possibilidade de atuar em outro time adulto em São Paulo, mas ao mesmo tempo veio a proposta de ir para a Itália. Devido os meus antepassados serem de origem italiana, e eu vi a possibilidade de realizar um sonho como todo menino tem de jogar no exterior. E foi através do empresário espanhol Joaquim Vasquez que tudo começou”.

malucoAndré Maluko:

Destaque do CAD Guarapuava (PR), André Maluko é mais um dos atletas recém-chegados ao futsal italiano. De acordo com Maluko, a questão financeira e a qualidade de vida foram preponderantes para a sua decisão:

“O clube em que eu jogava estava atrasando salários (mas sempre pagou tudo), nesse mesmo momento, o valor do Euro estava altíssimo: 4 por 1, e com um contrato registrado na Federação (para segurança) e também já pensando no futuro na minha filha em relação a estudos, cultura, segurança, língua e etc.,  eu resolvi optar em vir jogar aqui na Itália. O fator que contou mais foi o financeiro e em seguida a qualidade de vida”.

luzioEduardo Luzio:

Eduardo Luzio, ex-Palmeiras em 2012, fez o caminho inverso antes de acertar na Itália e adquirir a cidadania:

“No meu caso, em 2004 eu fui para Espanha e como eu não poderia jogar como estrangeiro (por já ter dois brasileiros no time), fui negociado com uma equipe da Itália por eu ter descendência italiana. Resumindo fui para Itália por conta da cidadania italiana”.

Edu passou por clubes como: Prato Calcio A5, Aosta, Azurri, Molfetta, Pordenone  e Atlético Belveder Calcio A5.

Clayton Pedaleira:

Atualmente no Pesarofano C5, Clayton Pedaleira teve uma boa passagem pelo Atlântico de Erechim (RS), sagrando-se campeão mundial depedalfa clubes, mas sua trajetória na Itália começou em janeiro de 2007 e se deu até 2012, quando retornou ao Brasil:

“A primeira vez foi devido ao sonho de menino, ser jogador profissional, atuar em grandes Clubes do meu país e principalmente da Europa. Também pelo lado pessoal de conseguir a estabilidade financeira e abrir novos campos”.

Pedaleira ainda afirma que jogar atualmente na Itália se deve ao fato da dificuldade na qual vive o Brasil: “O futsal mudou bastante. Mudou muito mais para pior do que para melhor, devido a situação que vive o nosso País. Por conta disso, falo também sobre a questão financeira na Itália e continuar o sonho de atuar em clubes Europeus”.

O atleta encerra falando sobre a vida na Itália e aconselha os que querem sair do Brasil e buscar novos desafios: “A Itália e muito boa para se viver. É um País com a cultura muito próxima da nossa. Estou muito feliz aqui, mas ainda quero retornar a atuar em minha pátria, o Brasil. Espero e desejo com que muitos jogadores tenham a oportunidade de atuar aqui. Pois vão gostar”.

gedsonnnGedson:

Contratado no segundo semestre de 2015 pelo FC5 Corigliano Futsal, o ala/pivô Gedson fala sobre esta inédita experiência na carreira e a realização de um sonho de menino:

“Diversos motivos me fizeram vir pra Itália. Primeiro que era um sonho que eu tinha de poder jogar na Europa e graças a Deus isto está se realizando. Segundo que financeiramente me senti mais valorizado, já que no Brasil está um pouco complicado. Todos nós sabemos das dificuldades do futsal Brasileiro! Terceiro que a Liga Italiana é muito forte, com muitos estrangeiros e vários jogadores de nomes e isso despertou o interesse de poder fazer uma boa temporada e me valorizar aqui. Afinal, a carreira de um jogador de futsal é curta”.

Bocão:

Destaque do Corinthians no ano de 2009 , quando fez parte da categoria sub-20, o fixo Bocão hoje é um dos principais nomes do Orangebocaofa Futsal, clube que representa a cidade de Asti –  uma comunidade italiana da região do Piemonte, a qual conta com aproximadamente 70.598 habitantes.

“Muitas coisas me trouxeram a jogar aqui, a primeira, sem dúvida, a experiência de vida, de morar e conviver em uma outra cultura E segundo, a vontade de atuar num dos principais campeonatos da Europa e até do mundo, um estilo de jogo muito diferente”.

 Fotos: Arquivos pessoais e assessorias dos clubes

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