Brasileiros falam sobre os terremotos frequentes na Itália

Em menos de 10 dias a Itália já registrou terremotos de magnitudes de 4,9, 5,5 e 6,0 (em 26 de Outubro),  6,6 (no dia 30 de Outubro) e 5,0 (na madrugada de 3/11). Recentemente, no último domingo, a brasileira Vanessa teve seu jogo cancelado pela Liga Italiana.“O ginásio que jogaríamos (jogo entre Sinnai x Falconara) precisou servir de abrigo emergencial para atender as pessoas da região que foram atingidas pelo terremoto e também ficou como precaução caso acontecesse novamente e ali poderia sentir o tremor”, comentou.

O terremoto de magnitude 6,6 na escala Richter, abalou a cidade de Nórcia, na região central da Itália. Embora ainda não tenham sido registradas mortes, diversos locais ficaram destruídos e jogos cancelados. Vanessa que mora em Sardenha desde a temporada passada, ficou surpresa com os acontecimentos relacionados ao terremoto, já que ainda não havia presenciado nada parecido.

“Onde moro é uma ilha e segundo as meninas da minha equipe isso não era tão frequente. Mas nunca se sabe né… Tudo pode acontecer! Mas é muito triste ver tudo isso acontecendo por aqui”, finalizou.

Esse susto com terremotos também está atingindo a região de Ciampino, cidade onde mora o atleta de futsal Alexandre Dall’Onder: “Moro há dois meses em Ciampino, que fica cerca de 150 km de Roma, mas já senti todos esses três últimos terremotos. Tem sido bastante estranho, pois só vi um terremoto, em 2010, mas foi fraco. Agora como está sendo, tão forte e com tanta frequência, nunca aconteceu”, disse.

Há dez anos jogando na Itália, Alexandre mostrou bastante preocupação e disse que dormir, diante dessa situação, está cada vez mais difícil: “Você nunca sabe o quão forte é o terremoto e quais os danos que pode causa né? Eu sempre tive a sorte de nunca acontecer nada mais grave, além do susto. Mas durmo muito mal, às vezes você pega no sono e acorda assustado achando que está acontecendo e não tem nada. Fica complicado dormir bem sabendo que a qualquer momento pode vir outro terremoto”, desabafou.

ENTENDA!
Os terremos na Itália são explicados através do encontro entre as placas tectônicas africana e euroasiática, além de movimentações no Mar Adriático que fazem com que o país seja literalmente empurrado e puxado por todos os lados – o que provoca os tremores tão frequentes.

TRAGÉDIAS
Apesar dos terremotos ainda não terem causados danos mais impactantes, os italianos temem o pior. Em 1908, cerca de 70 mil pessoas morreram quando um tremor de 7,2  atingiu a cidade siciliana de Messina, seguido por um tsunami associado ao abalo. Alguns anos depois, em Avezzano, 30 mil mortos e mais uma cidade arrasada. De lá pra cá muitos abalos sísmicos fizeram história no país.

Por Tamiris Dinamarco | Foto Alexandre: Francesco Natarelli | Foto Vanessa: Juna Manca