Aos 20 anos, atleta brasileiro vive uma nova realidade no Qatar
Check-In Futsal: Com apenas quatro anos de idade, Diego já estava nos campos de society em uma escolinha na capital paulista. Aos nove, ingressou no futsal, tendo como primeira equipe a Wimpro, de Guarulhos e depois o Clube Espéria. Depois disso, passou três anos afastado dos campos e das quadras. A dúvida entre as duas modalidades pairava na cabeça do jovem. Aos 16 anos optou pelo futsal e foi para a categoria sub-20 do GR Barueri (SP).
Hoje, o jovem atleta segue carreira no Al Rayyan, do Qatar e vivem na capital Doha – cidade localizada às margens do Golfo Pérsico, na costa leste do emirado, e é considerada o principal centro cultural, financeiro e econômico do país.
Já no clube de futsal asiático desde 2013, ele já foi campeão da Liga Nacional, da Super Copa, bicampeão da Open Cup Qatar e campeão da Liga Sub 23 e vem contar um pouco disso tudo para o Check-in do Futsal em Pauta.
Futsal em Pauta: Como foi seu contrato com o clube?
Diego Nunes: “Primeiro foi um contrato de uma temporada de sete meses pra ver se eu me adaptaria ao estilo de jogo, até mesmo por eu ser muito novo. E deu tudo certo, fomos campeões da Liga Nacional e renovei por mais duas temporadas, essa que já está na fase final e a próxima que começa em Outubro desse ano.”
F.P.: Um dos aspectos que mais pesam por aí é a religião. Como está sendo pra você?
D.N.: “Eles são muito rigorosos quanto a isso. Rezam cinco vezes ao dia e sempre no horário certinho. As vezes quando tem jogo e o é no mesmo horário da reza, eles ficam rezando mesmo com a partida já começando. Também não se pode ter nenhum tipo de carinho em público, um abraço ou um beijo, e muitos deles seguem firme a religião, não cumprimentam mulheres estrangeiras ou esposas de outros jogadores.”
F.P.: E o clima?
D.N.: “Pesa bastante pois é muito calor. Já cheguei pegar 47 graus, e teve outros brasileiros que pegaram até mais calor ainda. A vantagem é que todos os lugares possuem ar condicionado, até mesmo os ginásios que jogamos.”
F.P.: Do que você mais sente falta do Brasil quando o assunto é comida?
D.N.: “Feijão. O restante é tudo muito parecido. Mas o feijão….. Tive que trazer comigo pra suprir ao máximo a falta que me faz até o fim da temporada.”
F.P.: O que você gosta de fazer, quando não está em treino?
D.N.: “Converso com minha família e amigos no Brasil, reúno os brasileiros, vou ao shopping ou até mesmo treino sozinho.”
F.P.: E o idioma árabe?
D.N.: “A língua local é o árabe, mas grande parte deles também sabem um pouco do inglês, que eu também não sabia. Tive a ajuda do Lucas de Oliveira, um outro brasileiro que está há cinco anos aqui e ele me ajudou muito, já que tem facilidade. Devo muito a ele por todo esse suporte e processo de adaptação.”
F.P.: Tão jovem já jogando em outro país, o que mais tem marcado pra você?
D.N.: “Uma coisa que me marcou muito foi a realização de um sonho, que foi poder proporcional para minha família conhecer outro país (ficaram dois meses aqui durante as férias do Brasil), e jogando o que mais me marcou foi a final da Liga Nacional, estávamos perdendo por 3 a 0 e conseguimos virar o placar em 4 a 3 e acabei fazendo dois gols, inclusive o gol da vitória. Foi uma emoção que não tem como explicar.”
F.P.: E voltar para o Brasil?
D.N.: “Ainda quero jogar no Brasil, mas futuramente. É uma das ligas mais fortes e quero viver essa experiência novamente.”
O Al Rayyan ainda traz outros brasileiros como Picolé, Belo, Rodrigo Hiroshi, Serginho, Cássio, Arthur, Tiago, Lucas, Flavinho e outros profissionais das demais áreas.
Por Tamiris Dinamarco
Foto: Divulgação