Entenda como a crise financeira afetou o futsal

Ao longo dos últimos meses foi muito comum se falar em crise financeira, a qual atingiu diversos setores no Brasil e também refletiu dentro do esporte. O futsal, por sua vez, não ficou de fora. Atual bi-campeã do mundo, a modalidade mais praticada no país sente, no dia a dia, o reflexo de uma situação que parece não ter fim.

Torneios importantes sendo cancelados às vésperas de sua estreia, clubes enfraquecidos, cofres vazios, folhas salariais reduzidas e atletas prontos para atuarem no exterior. Estes são alguns itens vivenciados por muitas equipes de futsal, principalmente as mais tradicionais, e algumas delas, donas de elencos quase milionários.

Em Sorocaba (Interior de SP), manteve-se o projeto, mas com uma nova empresa patrocinadora: sai a Brasil Kirin, entra a Magnus. Com um investimento menor em relação a 2014 e 2015, o Magnus Futsal conta com elenco jovem e de bons valores.  Das formações anteriores, permanecerem os goleiros Tiago, Luan, além dos atletas Rodrigo, Ricardinho e Falcão.

Fellipe Drommond, Presidente do Magnus Futsal, falou como esta crise afetou o projeto em Sorocaba e qual o re-planejamento financeiro em cima disso:

Além da perda do patrocinador que estava conosco há dois anos, tivemos que trabalhar para reformular o elenco e não teve como manter o grupo do ano passado. A realidade do mercado, obviamente, ajudou para que acontecesse isso, porque alguns valores de mercado diminuíram. A diretoria sempre trabalha em cima do orçamento para a temporada, vai em busca de peças imprescindíveis e trabalhamos em cima dessa negociação”

“O que ajuda é a confiança dos atletas, quando vem para o clube, sabe da estrutura que temos. Podemos ter um orçamento enxuto, mas é um orçamento sério, que o trabalho é de brigar por títulos. Essa parceria, essa confiança ajuda a gente a negociar e manter uma equipe de alto nível”.

Atual campeão da LNF (Liga Nacional de Futsal), o Carlos Barbosa (RS), manteve 80% do plantel, se reforçando apenas com o goleiro Deivid (ex-Concórdia) e o ala Diece (ex-Guarapuava).  Marquinhos Xavier, treinador da equipe, falou sobre a importância em manter o grupo, mesmo que muitos tiveram assédio de outros clubes por conta do título:

“Apostamos na estrutura de trabalho, na projeção de carreira, pois são atletas jovens que brilharam em 2015, mas que precisam apostar nessa projeção, ou seja, ainda demanda algumas coisas para que eles possam se consolidar no mercado”.

 “Essa foi a direção e nós conseguimos ter essa compreensão deles para que o acordo fosse firmado, e a gente, claro, comemora por ser uma época de muita dificuldade, de muita crise, o fato da CBFS ter uma estrutura muito equilibrada e nós da a possibilidade de continuar o trabalho com o grupo ai praticamente 90% da mesma equipe. Então isso faz com a agente comece com uma passo a frente e que é importante começar dessa forma”.

Carlos Silva, supervisor da Intelli/Orlândia, também fala sobre “enxugar” a folha de pagamento por conta da crise:

A Intelli já vinha se preparando para o que está acontecendo no momento. Em 2015 já baixou o orçamento e em 2016 um pouco mais. Não perdemos nada em estrutura, mas vamos “enxugar” algumas coisas, alguns itens considerados dispensáveis foram repensados e tenho certeza que os atletas nem perceberão isso, estamos tentando driblar a crise dessa forma, com inteligência para que a equipe não sinta“.

Por Gilberto Santos

 

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