Ele já conheceu o “Fenômeno”, passou fome, frio e hoje na Rússia tem saudade do feijão brasileiro

Nesta edição do ‘Check-in Futsal’, você vai conhecer a história de mais um brasileiro naturalizado russo e que atua em uma das principais equipes da Rússia: O Gazprom-Yugra, ao lado de Marcênio, que também passou pelo nosso quadro.

Eder Lima começou no Juventus, da Mooca. Depois, o pivô passou por São Caetano, São Paulo e foi para Portugal (o primeiro clube estrangeiro e que não trouxe bons momentos ao atleta). Com isso, voltou ao Brasil onde defendeu as cores o EC Banespa. Após uma boa campanha pelo ECB, Eder recebeu uma proposta para sair do país novamente, dessa vez com destino à Rússia.

Sim. Ele conheceu o Ronaldo “Fenômeno” em Zurique, quando Éder foi artilheiro da Copa do Mundo de Futsal e recebeu o prêmio da FIFA, em 2012. Era mais um sonho que se realizava. Com tantas emoções, e ao lado da esposa e do filho, ele contou um pouquinho da sua história na Rússia.

Futsal em Pauta:O que houve em Portugal?
Eder Lima:
Fui jogar no Estrela da Amadora em Portugal.O nome fazia justiça, porque eles eram totalmente amadores (risos).Tivemos problemas com moradia, alimentação e pagamento. Cheguei a ficar sem ter o que comer e passar fome. Foram três meses bem difíceis.”

F.P.:E como veio a proposta da Rússia?
E.L.:
“Quando voltei de Portugal e acertei no Banespa fomos campeões do Paulista num jogo bem difícil diante da Intelli/Orlândia. Na época até acabei renovando lá e a proposta veio por intermédio do Claudinho, que jogava no Gazprom, mas estava tratando uma lesão no Banespa. Ele levou meu DVD dessa final pra Rússia e eles gostaram e me contrataram.”

F.P.:Com passagens em três países qual é o mais forte no futsal?
E.L.:
“A Liga mais forte é a Rússia, Brasil e Espanha.”

F.P.:O que mais sentiu de diferente entre o Brasil e a Rússia?
E.L.:
“O mais difícil foi lidar com o frio e o idioma russo. Mas o que mais sinto falta é que na Rússia não tem feijão (risos).”

F.P.:Como é sua convivência com os russos?
E.L.:
“Eles já estão acostumados com a presença de brasileiros. Já estou há noves anos aqui e hoje conseguimos tirar de letra essa interação.”

F.P.:Você foi campeão ao lado do Miltinho, grande conhecido técnico brasileiro. Como é a amizade de vocês?
E.L.:
“O Miltinho teve uma boa passagem pela Rússia e sempre que nos encontramos posso dizer que foi um dos melhores treinadores que passaram pela minha carreira.”

F.P.:Qual a cena mais engraçada que aconteceu com você?
E.L.:
“Uma vez fui até um mercado com mais dois amigos brasileiros comprar carne bovina. Chegando lá não sabíamos como falar isso e começamos imitar o som de um boi. Ainda bem que a mulher do mercado entender e rimos muitos da situação.”

 F.P.:Você saiu muito cedo do Brasil. Tem vontade de voltar?
E.L.:
“Tenho vontade de disputar uma Liga Nacional de Futsal, sempre acompanho os jogos tanto da Liga Futsal quanto da Liga Paulista, mas no momento estou muito feliz aqui na Rússia. Tudo tem seu tempo certo.”

F.P.:E se pudesse voltar, teria alguma preferência?
E.L.:
“Gostaria de jogar em um clube de São Paulo, pois todos os meus familiares são de lá.”

 

Por Tamiris Dinamarco – Foto: Getty Images

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