Check-In Futsal: De tão brasileiro, Alexandre virou um “italiano na bola”

Já se passaram nove anos desde que o jovem Alexandre deixou Caxias do Sul (RS) para seguir o sonho: jogar futsal profissionalmente. Quase uma década depois, o atleta  já não consegue pensar em algo diferente do Brasil, tanto tempo já o fez um quase “italiano”.

Ele começou nas categorias de base da UCS (Caixas do Sul) onde ficou até 2007. Foi então que decidiu fazer um check in na Itália e não voltou mais. O atleta passou por equipes como Augusta, Magione, Molfetta, Palestrina,TaklerMatera e agora no Prato C5.

Se você está pensando como um jovem atleta pode tomar uma decisão dessa ainda tão novo…. Alex, como também é conhecido, é ligeiro na resposta: “Foi uma decisão certa, deixei para trás a família, amigos e a cidade que nasci em busca de um objetivo e hoje vejo que consegui realizar o meu sonho de jogar futsal profissionalmente e viver disso.”

Com tanto profissionalismo ele é o entrevistado de hoje no Check in Futsal!

Futsal em Pauta: Como foi sua adaptação na Itália?
AlexandreDall’Onder:
“Como eu vim de Caxias do Sul, uma cidade colonizada por italianos, foi muito fácil a adaptação e não senti muita diferença. Além disso quando cheguei haviam muitos brasileiros no time que ajudaram muito também.”

F.P.:Na sua equipe tem brasileiros?
A.D.:
“No time que jogo (Prato C5) somos em 5 brasileiros, sem contar os que jogam em outras equipes na região.”

F.P.:Você já ganhou algum título importante?
A.D.:
“Fui campeão Italiano Sub 21 (2008) pela equipe do Augusta.

F.P.:Qual o momento mais marcante nesse tempo?
A.D.: “
Acho que um fato que me marcou muito foi que meu primeiro jogo como profissional na categoria adulto. Aconteceu na semifinal da Copa Itália contra a equipe da Lazio. Tinha 18 anos, estávamos jogando em casa em um ginásio com 3 mil pessoas e consegui entrar bem e participar de um dos gols da nossa vitória. Meu primeiro gol como profissional foi contra a equipe da Luparense, multicampeã e que há anos está sempre lutando por títulos e sempre disputa as competições europeias.”

F.P.:Como você vê o futsal italiano em relação ao brasileiro?
A.D.:
“Ele é muito tático e de muita força física. Priorizam muito a defesa e o jogo é um pouco mais lento que o brasileiro. Na minha opinião, no Brasil prevalece muito mais a qualidade individual do jogador.”

F.P.:Onde você mora?
A.D.:
“Em Prato na Toscana. Um lugar que é muito calor mesmo no verão e frio e neve no inverno. É uma cidade que gosta muito de futsal pois o time da cidade já foi campeão italiano e disputou competições europeias.”

F.P.:Hoje, nove anos depois, o que você se lembra de quando chegou na Itália?
A.D.:
“Logo que chegamos mesmo, estávamos no aeroporto e não sabíamos muito bem o idioma ainda. Um senhor perguntou onde era o banheiro em italiano e um de nós respondia “Augusta” que era o nome do time e da cidade em que jogávamos. E ficou aquela situação estranha e caímos na risada e até hoje lembramos ele disso.”

F.P.:E o que mais marcou?
A.D.:
“Quando desembarcamos aqui éramos todos praticamente recém chegados no país e hoje muitos desses são jogadores da seleção italiana e jogam em grandes clubes da Europa.”

F.P.:Como o torcedor italiano lida com vocêsestrangeiros?
A.D.:
“Eles tratam muito bem e gostam muito de brasileiros e estrangeiros. Por outro lado quando as coisas não vão bem eles cobram muito mais dos estrangeiros, o que é perfeitamente normal pois estamos lá pra fazer a diferença.”

F.P.:Fica a vontade de voltar a jogar no Brasil?
A.D.:
“Hoje não penso em voltar porque tive minha carreira praticamente toda na Itália e voltar para o Brasil seria como recomeçar do zero. Sai muito novo e não sou tão conhecido profissionalmente no meio nacional como na Itália. Além disso onde estou é um país muito bom de se viver principalmente pela segurança.”

Por Tamiris Dinamarco / Foto: Divulgação

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